segunda-feira, 21 de junho de 2010

10 DICAS PARA APRECIAR UMA CERVEJA PILSEN


1. Cerveja tem de ser consumida jovem
Cerveja é uma bebida que tem de ser consumida jovem. Diferente do que acontece com muitos vinhos, ela não melhora com o tempo. A recomendação é observar o prazo de validade e preferir as que estiverem a, no máximo, três meses do vencimento. Menos do que isso já pode comprometer a qualidade do produto.

2. A garrafa e a lata devem ser guardadas em pé, longe da luz e do calor
A cerveja é um produto bem delicado, sensível à luz e ao calor. Em casa ou nos lugares em que é vendida tem de ser armazenada com esses cuidados. Outras recomendações são guardar a garrafa ou a lata em pé e agitá-la o mínimo possível. Desse modo, a quantidade de líquido em contato com o ar do interior do recipiente é menor. Isso ajuda a conservar as propriedades da bebida.

3. É certo consumir cerveja estupidamente gelada? Não
Não se deve resfriar muito. A temperatura ideal é entre quatro e sete graus. A três graus ou menos, a bebida perde propriedades de sabor e aroma. A cerveja muito gelada adormece as papilas gustativas impedindo a sensação plena do sabor e não libera os gases responsáveis pelos aromas. A cerveja muito gelada impede que o consumidor perceba os seus defeitos.

4. O selo Premium em um rótulo de Pilsen é, teoricamente, um recado do fabricante
Falar que uma cerveja Pilsen é melhor que a outra pode ser um equívoco. Essa questão depende do paladar de quem a consome. As Premium são um pouco mais caras, mas com esse selo o fabricante quer dizer que tal produto é o melhor em seu portfólio. Digamos que uma Premium tenha 30% de malte na composição. Isso lhe dará um sabor mais acentuado e 10% a mais de malte do que é regulamentado como mínimo, no Brasil.

5. A cerveja artesanal pode ser personalizada. A industrial é padronizada. O que é melhor?
Tanto produções em escala industrial quanto em microcervejarias conseguem entregar produtos de boa qualidade, desde que obedeçam a processos rígidos de produção. O que varia são as adições dos componentes na receita e a escala do processo de fabricação. Nas microcervejarias, o mestre cervejeiro tem a possibilidade de participar de perto de todas as etapas e interferir na receita, se for o caso. Em escala industrial é tudo em maior quantidade e por isso mais padronizado. Logo, é complicado fazer, por exemplo, uma degustação de cervejas industriais.

6. Chope é cerveja crua, sem conservantes
O chope é a cerveja crua, não pasteurizada e sem adição de conservantes. Tem que ser tomado na hora para não perder suas propriedades. A cerveja tem mais tempo de conservação, desde que o armazenada adequadamente. Mas tanto a cerveja quanto o chope têm qualidade garantidas se o fabricante for confiável. Nesse caso, o desempate depende do paladar de quem consome. Há pessoas que podem apresentar reações alérgicas aos conservantes presentes na cerveja, por exemplo.

7. Cerveja choca é cerveja descongelada
Ao contrário do que se diz por aí, choca não é cerveja que estava gelada e esquentou. Nesse caso, basta gelar de novo para consumir. Mas, uma vez congelada, a cerveja é perdida. Com o congelamento ela perde gases, sabor e propriedades da sua composição, a água se separa dos outros ingredientes e a recomposição não acontece. Deve ser descartada.

8. Cerveja Pilsen combina com comidas leves e embutidos condimentados
Mesmo sendo mais popular e massificada a Pilsen também faz bom papel em harmonizações com saladas, quiches, frutos do mar e embutidos condimentados. Como seu sabor é mais suave, para que o prato não se sobreponha a sugestão é combinar com receitas leves ou mesmo apimentadas, por causa do contraste.

9. A cerveja tem de ter no mínimo 20% de malte de cevada. O que isso quer dizer?
No Brasil, o que caracteriza a cerveja é ter no mínimo 20% de malte de cevada em sua composição. Na Alemanha e na Republica Checa, esse percentual é de 50%. O restante pode incluir outros grãos como arroz, milho e trigo. A proporção e a escolha desses ingredientes variam entre fabricantes e interferem no sabor, na cor, no amargor. Uma cerveja puro malte, por exemplo, tem em sua composição exclusivamente água, malte e fermentos. Já uma cerveja com adição de milho e arroz é considerada menos pura e pode ter um paladar diferente, mas isso não significa que seja necessariamente um produto ruim.

10. A cerveja Pilsen tem um pai, e seu nome é Josef Groll
No final da década de 1830, os mestres cervejeiros da cidade de Pilsen, na Boêmia (hoje República Checa), estavam perdendo o sono por causa de uma possível contaminação na bebida que fabricavam. O ‘cervejólogo’ Ronaldo Morado conta que na época era comum cada cidade produzir a própria cerveja em instalações pequenas, algumas caseiras e em condições rudimentares. Pois bem, o sono perdido do povo de Pilsen daria início a uma das mais importantes transformações no mundo da bebida: a criação da cerveja de mesmo nome que chegaria ao século XXI dona de 80% do consumo mundial.
Explica-se: o problema com a bebida local fez com os cervejeiros da cidade de Pilsen recorressem a um especialista da Bavária. Seu nome era Josef Groll (1813-1887) e ele estava superalinhado com as tendências da época, como o uso do malte menos torrado e da chamada fermentação a frio. Em outubro de 1842, no meio desses estudos, Groll acabou produzindo uma cerveja nova, clara e carbonatada (com bastante espuma). “Era refrescante, clara, leve e frisante, de visual mais límpido e diferente das substanciais, turvas e encorpadas da época”, diz Morado. Com essas características, a Pilsen passou rapidamente a ser apreciada e aprovada. O consumo aumentou. A produção, idem. O preço diminuiu. E essa foi, basicamente, a fórmula da popularização.
No mesmo período, crescia a indústria de cristais na região da Boêmia. Então o jeito de servir o produto também mudou. “Antes da Pilsen e do cristal, se tomava cerveja em canecas de metal ou cerâmica. No copo translúcido, a nova bebida encantava também pelo dourado efervescente e a espuma alva”.

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