quinta-feira, 29 de abril de 2010
HISTÓRIA DA CACHAÇA
A cachaça, caninha, pinga, ou canha é o nome dado à aguardente de cana, uma bebida alcoólica tipicamente brasileira, mas de origem Africana. O nome tem origem da palavra africana (actual Zambia) )Kachasu de onde os europeus levavam o açúcar antes de começarem a produzi-lo no Novo Mundo. Já nessa altura os africanos produziam, a partir do melaço, esta bebida espirituosa. Por analogia também se chamava – cachaza – ao chamado vinho de borra, um vinho inferior produzido principalmente em Espanha. Os Portugueses adoptaram o termo - cachaça - quando passaram a produzi-la nas suas colónias Sul-Americanas.
cachaça é um produto genuinamente brasileiro descoberto entre 1534 e 1549, durante o processo de produção do açúcar. A história da cachaça tem origem nos primeiros anos de colonização portuguesa.
A cultura da cana-de-açúcar foi iniciada no Brasil em 1532 e teve grande importância já que o açúcar se tornava o principal produto de exportação brasileira. Inicialmente, a cachaça era uma bebida fermentada a partir da espuma que boiava nos tachos onde o suco da cana era fervido para a fabricação do açúcar. Para purificá-lo, a espuma era retirada e servida aos animais com o nome de cagaça. A evolução de cagaça para cachaça não demorou, pois quando recolhida em potes, fermentava ganhando teores alcoólicos
Em 1572, os alambiques de cana-de-açúcar já estavam presentes em praticamente todos os engenhos do Brasil. Com as evoluções do comércio da cachaça, cresciam também as tentativas de impedir a produção e venda da bebida brasileira. Os holandeses foram expulsos do Brasil em 1654 e levaram a cultura da cana para as Antilhas, onde o desenvolvimento deste cultivo produziu outra bebida, destilada a partir do melaço da cana chamada rum.
Até meados de 1850, a cachaça foi consumida como símbolo de resistência à dominação colonial, demonstração de nacionalismo e brasilidade contra as bebidas estrangeiras, particularmente o vinho e a bagaceira portugueses. A partir de 1850 a cafeicultura fixou-se como um novo setor social no Brasil, e o poder e fortuna decorrentes dela substituíram os rudes hábitos rurais, dando preferência a produtos estrangeiros, com o objetivo de portar-se como europeu.
No decorrer do século XX, importantes figuras intelectuais destacaram a importância cultural, econômica e histórica da cachaça para o Brasil, destacando sua presença na literatura, na música e no folclore do país. Desde então, diversos acontecimentos têm contribuído para a extinção do preconceito contra a cachaça, como o reconhecimento da importância da cachaça pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nas comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil.
Atualmente, a bebida tem apresentado crescimento no mercado internacional e consolida-se como o terceiro maior destilado do mundo. No Brasil são mais de cinco mil marcas e 30 mil empresas caracteristicamente familiares, regionais e, muitas vezes, de pequeno porte. O volume anual produzido está em torno de 1,3 bilhão de litros, segundo dados da Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE).
As exportações de cachaça estão em torno de 15 milhões de litros, apresentam um crescimento médio anual de 10% e devem fechar a década ultrapassando o volume previsto de 42 milhões de litros. Comparado à produção, o volume exportado ainda é pequeno, porém, com grande potencial dado o sucesso da bebida no mundo.
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